EBM Maria Petroli luta há mais de seis anos para melhorar a leitura e a interpretação.
Ler e interpretar textos não são os pontos fortes dos brasileiros. Pesquisas mostram que 70% da população apresenta algum grau de dificuldade para ler e principalmente entender o que está lendo. Percebendo esta realidade, a Escola Básica Municipal (EBM) Maria Petroli trabalha este tema como uma política escolar e não apenas como um projeto.
A diretora Cleonice Bison comenta que o foco na leitura e na interpretação é trabalhado há mais de sete anos e muitos resultados já podem ser observados. “Se a globalização aproximou o mundo, também criou um problema para a escola, que é a dificuldade de escrever, ler e interpretar”, ressalta a diretora. Ela conta que os educadores perceberam que não havia cientificidade na forma como os alunos colocavam as ideias no papel. “Eles escreviam do jeito que falavam. O senso comum estava presente, porém, a ciência não”, acrescenta.
A alternativa encontrada foi abordar a leitura, interpretação e a escrita em todas as disciplinas. Os alunos trabalham projetos sobre o Lajeado Curtume, educação alimentar, brincadeiras, cinema e poesia. As atividades envolvem os estudantes de todas as séries, da Pré-Escola ao 8º ano. O princípio é usar os projetos como instrumento de incentivo a leitura, aprofundando os conteúdos e construindo conhecimento científico.
Cleonice destaca que todos os anos os projetos são alimentados e avaliados. Entre os resultados positivos já se observa a evolução dos alunos ao construírem as próprias poesias. “Não é uma luta que dura pouco tempo. Procuramos conhecer a realidade dos estudantes para intervir, tentando transformá-la. Os professores têm grande poder neste processo, pois acompanham e avaliam a evolução dos alunos”, afirma a diretora.
Outra ação visando criar o hábito da leitura e melhorar a interpretação foi à valorização da biblioteca. Cleonice comenta que o espaço onde ficam os livros, antes eram usados para outras atividades. A partir de 2012 a biblioteca ganhou uma sala só para ela e atualmente é considerada o espelho da escola. A diretora diz que a Associação de Pais e Professores (APP) e o Conselho Deliberativo apoiam os projetos e investem seus recursos na aquisição de livros e materiais de leitura.
A orientadora Dionês Robini Del Posso complementa que os alunos também estão conseguindo se expressar em público com mais facilidade, depois que a escola criou a política de fazer projetos. “Todos os trabalhos são desenvolvidos a partir da observação de um problema e, dentro disso, abordamos a ato de ler”, frisa. A EBM Maria Petroli está localizada no bairro Arvoredo e conta aproximadamente 200 alunos.
Dionês reforça que os resultados do trabalho e as ações efetivadas são decorrentes das formações internas, como a que ocorreu nesta última segunda, dia 20 de abril. “O grupo de profissionais está de parabéns”.
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